Desde que me descobri grávida, uma certeza impregnou na minha cabeça: eu iria amamentar meu filho, custasse o que custasse, e assim foi.
No inÃcio, la na maternidade, tive a primeira dificuldade: eu simplesmente não sabia amamentar! Meu filho demorou 4 horas para mamar a primeira vez pois eu o colocava no peito e ele não sugava, foi aà que uma enfermeira (primeira salvadora) me ensinou a estimulá-lo com uma luva, ele começou a sugar e eu consegui colocá-lo no peito. Tudo estava indo otimamente bem até que no dia seguinte ao nascimento dele eu comecei a sentir uma dor horrÃvel no peito esquerdo sempre que ele mamava, doÃa muito mesmo, tanto que eu fiquei em dúvida se conseguiria amamentá-lo nesse peito. Outra enfermeira (segunda salvadora) veio ver se tudo corria bem e eu disse a ela que doÃa demais, então ela me ajudou com a pega correta (isso é de máxima importância na amamentação!) e meus problemas finalmente acabaram... Esses, pelo menos.
Chegando em casa, mais uma dificuldade: insegurança. Acho que esse atinge todas as mães. "Será que meu filho está saciado? Será que ele está com fome? Será que meu leite sustenta? E se não sustentar, vou ter que dar fórmula?", e isso piorava devido ao fato de ele mamar de uma em uma hora, eu achava que meu leite não o sustentava e por isso ele mamava em intervalos pequenos, passava 40 minutos mamando e 20 sem mamar, mas tudo ficou perfeito quando, na primeira consulta a pediatra ela olhou para mim e disse "seu leite é muito forte, ele ganhou meio quilo em 10 dias!", a partir daà decidi parar de pensar em coisas ruins, de achar que o meu leite era fraco ou que ele não estava satisfeito e passei a pensar que meu corpo é perfeitamente capaz de dar tudo o que o meu filho necessita, e isso é libertador! A partir do momento em que você entende isso, para de se estressar com a insegurança e isso é mais um ponto positivo pra amamentação: menos estresse = mais leite.
Outra dificuldade foram as noites mal dormidas. O Thomas já é perfeitamente capaz de dormir uma noite inteira, mas isso não significa que ele sempre faz isso. Em uma semana ele acorda mais ou menos 3 dias durante a madrugada (isso ja é bom, pois antes ele acordava os 7 dias), quando acorda mama e dorme de novo. O ruim é que ele só consegue dormir mamando e eu preciso ficar acordada aproximadamente meia hora para ele não acabar se afogando, e isso é extremamente cansativo, tem dias que ele acorda a noite inteira, outros só acorda uma vez e na maioria das noites nem acorda, é uma roleta russa. Confesso que muitas vezes pensei em desistir, mas aà penso como se fosse o meu filho: eu acabei de nascer, tudo é novo para mim, eu acordo no meio da noite, tudo escuro, não sei o que está acontecendo, eu quero o meu porto seguro, minha mamãe e meu mama para me mostrar que está tudo bem e que ela está ali sempre quando eu preciso. Como desistir sabendo que isso é o que o seu bebê mais ama nesse mundo? Que ele quer o seu leite, seu colo, o seu aconchego, o seu cheiro? Como desistir sabendo que os olhares, os carinhos, os sorrisos mamando acabariam? Sabendo que esse é o mais completo alimento que o seu filho vai ter até os dois anos?
Uma coisa que me ajudou muito foi a cama compartilhada, mesmo com um mundo de gente contra. Não, eu nunca rolei pra cima do meu bebê e me sinto até mais segura com ele dormindo comigo, pois consigo ver se a coberta cai no rosto, se ele se vira, etc., e a melhor coisa: não preciso ficar levantando para amamentar e ele dorme mil vezes melhor conosco. Quando tentamos colocar no berço, acorda em menos de uma hora, com a gente ele consegue dormir a noite inteira ou acorda muito pouco (menos quando está doentinho, que aà acorda a noite toda).
O meu bebê vai fazer 6 meses e começar a comer e, apesar de isso ser necessário, eu fico triste por saber que as mamadas vão diminuir. O pediatra dele disse para iniciar a introdução alimentar com 5 meses mas eu não segui isso. A OMS recomenda fortemente o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses completos e assim fiz, e não me arrependo. Agora, aos 6 meses, me sinto segura para começar a introdução. Estamos sem pediatra pois não tem disponÃvel até dezembro no postinho, no inÃcio fiquei desesperada mas agora estou mais segura, mais confiante em mim e nos meus instintos. Sei que farei o melhor para o meu filho e, caso precise saber algo, farei como sempre fiz: internet.
Me orgulho de chegar até aqui, desses maravilhosos seis meses de amamentação exclusiva. Agora vamos a próxima meta: amamentação até os 2 anos ou mais, espero ter tanto sucesso como tive até aqui.